A pergunta não se refere a vagas de calor e à promessa de uns dias extra de praia. Refere-se sim, a uma série de práticas que colocam em risco as nossas florestas e as nossas vidas.

Quando uma floresta arde, os animais que nela habitam perdem a sua casa, o seu ambiente natural. Nós, humanos, para além de podermos perder vidas, habitações e infraestruturas económicas que dela dependem, perdemos os mil e um benefícios que só um lugar pintado em tons de verde nos oferece: as florestas são os pulmões do mundo, refúgios de calma e tranquilidade ou aventura, importantes para o ser humano não só a nível físico, como a nível mental.

Existe um livro de ficção famoso enigmaticamente intitulado “Fahrenheit 451”, que fala da perigosa temperatura a que arde o papel. No caso, o perigo de combustão está na cabeça do autor associado à perda de conhecimento decorrente da queima de livros. Mas no mundo real o perigo de combustão está frequentemente associado a perdas ambientais e humanas.

Há vários números, várias temperaturas, determinados pelas nossas atividades correntes, que podem resultar em incêndios de proporções catastróficas. Por exemplo, sabia que os típicos briquetes de carvão, usados nos churrascos de verão, podem provocar temperaturas que excedem os 1200º graus, mais do que suficientes não só para grelhar uma enorme quantidade de carne como até para derreter a maioria dos metais comuns.

Consegue por isso imaginar a facilidade com que uma floresta pode ficar ameaçada com um simples churrasco. Isto é válido tanto para práticas de lazer, como também para trabalhos com equipamentos como moto serras com motor a combustão, ou semelhantes, entre outras atividades que envolvam combustão.

Há vários números, várias temperaturas, determinados pelas nossas atividades correntes, que podem resultar em incêndios de proporções catastróficas.

Por exemplo, um cigarro mal apagado pode ser uma fonte de ignição de um incêndio florestal ou rural, sendo por isso um comportamento de risco que poderá dar origem a um cenário dantesco. Ao contrário, os produtos sem combustão, como o tabaco aquecido ou os cigarros eletrónicos, representam uma alternativa de menor risco para incêndios florestais, e uma melhor alternativa para a saúde daqueles que continuam a fumar.

Por isso, e respondendo à questão inicial, é importante redobrar cuidados na ocorrência de temperaturas elevadas para evitar fontes de ignição e minimizar o risco de incêndios florestais:

  • Em vez de usar carvão para os seus churrascos, use sempre que possível um grelhador elétrico (há cada vez mais zonas de lazer em espaços verdes que disponibilizam acesso à rede elétrica), para além de que pode sempre preparar refeições frescas;
  • Se é fumador e não abdica do consumo de produtos de tabaco, procure uma solução mais segura, como o tabaco aquecido ou os cigarros eletrónicos;
  • Quando precisar de levar a cabo trabalhos de limpeza em matas ou florestas, saiba que existem já moto serras, roçadoras e cortadoras de sebe elétricas e sem fio, que não representam risco de ignição;
  • Esteja atento, trabalhe em segurança, cumpra com as normas e restrições em vigor.

Para mais informações úteis consulte o website do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.