No verão, Portugal enche-se de amantes de praia e de calor, mas também se enche de incêndios. E, por isso, cabe-nos a nós proteger o que é património nacional. Descubra como pode prevenir, limpar e proteger as florestas
e o meio rural .
Dizem que as florestas e matos são os pulmões do planeta. No caso de Portugal, o nosso país está repleto, de norte a sul, de florestas, matos e zonas verdes. No entanto, o facto de ter milhares de hectares verdes, também faz com que seja mais propicio a incêndios.
Cerca de 8 milhões de hectares estão sujeitos a incêndios rurais, visto que se regista um elevado número de ignições, quando comparado com outros países da Europa. Por exemplo, entre 2010 e 2015 registaram-se anualmente cerca de 1,7 ignições por cada mil habitantes, ou seja, seis vezes mais do que no país vizinho.
Infelizmente, a maioria das ignições que resultam em grandes incêndios têm origem humana, associada a negligência e acidentes, resultantes da falta de informação e sensibilização. Isto porque, para além dos comportamentos desajustados relativamente ao uso do fogo (como pontas de cigarro mal apagadas e acesas no solo ou queimadas descontroladas), Portugal tem uma grande propensão a condições meteorológicas favoráveis à ignição e propagação, como o calor intenso e o vento forte. Ou seja, o que pode parecer inofensivo, como um churrasco a carvão ou depósito ilegal de lixo na berma da estrada junto a um mato, pode tornar-se num incêndio devido às elevadas temperaturas e vento forte, o que permite que o fogo se alastre com maior facilidade e rapidez.
Desta forma, é crucial que exista educação, sensibilização e consciencialização da população relativamente ao problema que são os incêndios. Neste sentido, deixamos algumas informações e dicas para prevenir este flagelo:
- É obrigatório fazer uma faixa de proteção de 50 metros ao redor das casas, armazéns, oficinas, fabricos ou estaleiros;
- Esta faixa de proteção deve ser feita cortando os ramos das árvores até 4 metros do solo e deve existir uma distância de pelo menos 4 metros entre árvores;
- Devem também cortar-se as árvores e arbustos a menos de 5 metros da casa, impedindo que os ramos se projetem no telhado;
- É obrigatório limpar-se e cortar as árvores 100 metros à volta das aldeias, parques de campismo e parques industriais;
- Deve instalar-se uma faixa de pavimento não inflamável ao redor da casa;
- Não se deve acumular lenha junto à habitação;
- Os telhados devem estar limpos;
- Deve manter-se sempre informado do risco de incêndio na área de habitação.
Para além destas informações que respeitam o Decreto-Lei nº 10/2018, várias localidades fazem as suas ações de educação e sensibilização para o risco dos incêndios, principalmente em terrenos agrícolas. É o caso da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares que criou o Manual de Limpeza de Terrenos, em que refere várias formas de limpar os terrenos agrícolas e circundantes às aldeias, como desbaste, desramação, limpeza do mato e sobrantes.
As alterações climáticas têm potenciado cada vez mais o risco de incêndios rurais e, por isso, é essencial que exista uma maior exigência a nível da prevenção e intervenção no combate aos incêndios. Assim, da próxima vez que receber o alerta da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil no seu telefone não o ignore e verifique se na sua localidade e mais propriamente no redor da sua casa estão reunidas todas as condições para que uma pequena ignição não se transforme num grande incêndio.
Se é fumador, é fundamental não fumar na floresta ou em espaços com risco de incêndio. O uso de isqueiros, fósforos e até o simples deitar para o chão uma ponta de cigarro mal apagada aumentam exponencialmente o risco de incêndio, para além de poluir o ambiente. Se não dispensa o consumo de nicotina, procure alternativas sem combustão, tais como tabaco aquecido, ou cigarros eletrónicos, que não representam risco de ignição e constituem melhores alternativas para os fumadores do que o tabaco convencional, regra geral combustível, e assim proteger as florestas e o meio rural.