Quando foi a última vez que comeu plástico? A resposta mais imediata talvez seja “nunca comi”, mas pode não ter noção de estar errado. No mundo, cerca de 80% de todo o lixo que chega aos oceanos é deitado ao chão, em terra. Uma realidade que afeta não só os ecossistemas marinhos e a sua biodiversidade, como também ameaça a nossa saúde.
A nossa gastronomia é rica em maravilhosos pratos de peixe e marisco, não só pelo privilégio da nossa extensa costa, como pelos magníficos arquipélagos que compõem o território, e pela nossa criatividade na cozinha – afinal, vamos buscar o bacalhau aos mares da Islândia e da Noruega e temos mais de 1001 receitas para o cozinhar. Mas quando desfrutamos de um bom prato de peixe à beira-mar, na companhia descontraída da família e amigos, não imaginamos que, provavelmente, estaremos também a ingerir uma quantidade considerável de plástico, com consequências óbvias para a nossa saúde.
Acontece que os oceanos recebem cerca de 80% do lixo que é deitado ao chão, em terra. Ora esta realidade afeta a sobrevivência dos ecossistemas marinhos e da sua biodiversidade, como também ameaça a nossa saúde.
Impõe-se, por isso, a pergunta: como garantir que esse plástico não nos chega ao prato, “escondido” nos alimentos? O primeiro passo é tomar medidas, individuais e coletivas, para fortalecer uma cadeia sustentável da utilização e reciclagem do plástico: reduzir o consumo de plástico de uso único em casa, sensibilizar família e amigos para adotar o mesmo comportamento, e procurar reciclar ao máximo o que consumimos.
No nosso dia-a-dia, há pequenos gestos que podemos e devemos adotar para sermos consumidores mais conscientes, de modo a levar cada vez menos plástico para casa. Por exemplo, antes de ir às compras, leve consigo o seu próprio saco reutilizável (que pode ser de papel ou de pano, por exemplo). Depois, no supermercado, opte por marcas com embalamento amigo do ambiente. Pequenos gestos que, somados, fazem a diferença.
Por exemplo, se for fumador, e se não consegue abandonar o consumo de nicotina, opte por um gesto simples de descartar as pontas de cigarro ou filtros de produtos sem combustão corretamente no cinzeiro ou no lixo, para que não caiam no solo, acabando por chegar ao mar.
E voltando a lembrar que pequenos gestos conduzem a grandes mudanças, é da responsabilidade dos consumidores que optam por práticas mais sustentáveis, sensibilizar também quem os rodeia para tomar a mesma atitude. Afinal, será apenas quando nos unirmos enquanto comunidade que podemos fazer diferença, não só na defesa dos ecossistemas marinhos, como do planeta e da nossa sobrevivência nele.