Sabia que os incêndios florestais têm impacto na qualidade do ar e, por isso, na nossa saúde? E que contribuem também para o agudizar das alterações climáticas?

Quando um incêndio lavra uma floresta e torna um cenário de mil tons de verde num quadro desolador borrado a carvão, nada mais resta que um esmagador rasto de silêncios. As palavras faltam quando de uma paisagem que enchia os olhos apenas sobra um imenso e triste vazio, sem cor, sem alegria, sem vida. Mas além da óbvia tragédia que é perder uma floresta –  com toda a fauna e flora que lhe chamava casa, e o fim de uma valiosa fonte de ar puro –, um incêndio tem mais consequências do que imaginamos.

De facto, os incêndios florestais têm impacto na qualidade do ar e, assim, também na nossa saúde. O fumo proveniente dos incêndios florestais inclui um elevado número de compostos, como gases e pequenas partículas, que podem levar a dificuldades respiratórias. Podem provocar dores de cabeça, tonturas e náuseas, que se prolongam por várias horas. Nos bombeiros, devido à exposição frequente e prolongada a este género de poluentes, este tipo de sintomas pode tornar-se agudo, sub-crónico ou mesmo crónico.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a exposição ao fumo proveniente de incêndios florestais tem resultado no aumento do número de entradas nos serviços de urgência hospitalar, devido a doenças do foro respiratório e cardiovascular, e no aumento da mortalidade.

Por outro lado, os incêndios têm ainda impacto nos solos, na água e na biodiversidade do planeta, por induzirem emissões de CO2 e outros Gases de Efeito de Estufa (GEE) como CO (Monóxido de Carbono) e CH4 (Metano) e N2O (Óxido Nitroso). Desta forma, os incêndios não só anulam o papel de retenção de carbono das florestas como ainda contribuem para o aumento das emissões totais de carbono. Aceleram, desta forma, o já galopante evoluir das alterações climáticas.

Deste modo, torna-se ainda mais clara a importância de preservar as florestas. É urgente tomar medidas individuais e coletivas para evitar incêndios e, ainda, apostar na reflorestação das áreas ardidas. Se for fumador, não fume na floresta ou em espaços com risco de incêndio. Usar isqueiros, fósforos e deitar para o chão uma ponta de cigarro mal apagada aumentam o risco de incêndio.

É assim, em pequenas e simples escolhas no dia-a-dia, que todos contribuímos para evitar os incêndios, proteger as florestas, e salvar o planeta.