Há muito, muito tempo, ao raspar duas pedras, o Homem descobriu uma forma de gerar calor e cozinhar. O fogo foi a primeira grande descoberta do Homem, a centelha que acendeu a curiosidade científica. E tanto que avançámos desde então: hoje, sabemos que o fogo não é sempre solução.

Quando acordamos e preparamos papas de aveia no fogão, é porque um dia o Homem descobriu como se servir do fogo para cozinhar. E quando aquecemos água na chaleira elétrica, para fazer o chá que acompanha as papas, é porque um dia alguém investigou uma maneira de aquecer água sem ser ao fogão (ou à lareira, noutros tempos), apenas ligando uma ficha à tomada, e imitando a capacidade do fogo de gerar calor noutras superfícies.

A verdade é que nos servimos de tantos engenhos durante o dia que deixámos de valorizar o incrível génio humano e os séculos de evolução que permitiram que hoje seja tão fácil preparar uma refeição, viajar por quilómetros em apenas algumas horas, continuar a ter luz para trabalhar ou ler mesmo depois do dia ter terminado, entre outras maravilhas da evolução tecnológica.

Tudo começou quando, há milhares de anos, o Homem raspou duas pedras e descobriu que faziam faísca, tendo então o seu primeiro contacto com o fogo. Daí até perceber a sua capacidade de gerar calor e cozinhar alimentos, foi um piscar de olhos. Até hoje, em que todos beneficiamos da grande descoberta que foi a combustão.

O fogo podia ser o melhor amigo do homem, tão presente que está em mil e um momentos em que nos facilita a vida – especialmente nos dias de hoje, em que tudo se quer rápido e imediato. Mas quando queima as florestas, uma das nossas mais valiosas fontes de ar puro, sabemos que não é bem assim.

E sabemos também que, muitas vezes, é por descuido nosso que a mesma centelha que deu origem à maior descoberta da humanidade, torna magníficas paisagens a perder de vista em tristes cenários pintados a negro. Uma pequena faísca num solo rico e vivo transforma-se num inferno de imprevisíveis proporções.

É por isso que é tão importante adotar comportamentos responsáveis quando visitamos uma floresta. Por exemplo, num piquenique, leve a refeição já preparada de casa ou prefira pratos frios. E antes de partir, não se esqueça de recolher todos os resíduos. Se for fumador, evite fumar na floresta. Lembre-se que usar isqueiros, fósforos e deitar para o chão uma ponta de cigarro mal apagada aumenta consideravelmente o risco de incêndio. Atos irrefletidos podem originar catástrofes. Seja cauteloso. Não deixe que uma ponta de cigarro mal apagada resulte no desaparecimento da sua floresta preferida.

O fogo não é sempre o melhor amigo do Homem. Reserve-o para quando não existir outra opção. E lembre-se: a combustão não é solução para tudo. Explore alternativas e proteja as florestas.