Num tempo em que as alterações climáticas nos demonstram, todos os dias, a ameaça que determinados comportamentos constituem para o ambiente, importa cada vez mais melhorar práticas na atividade agrícola, de maneira a conservar a biodiversidade, combater a desflorestação e proteger o nosso habitat.
<txt>Da próxima vez que fizer um passeio numa floresta ou num bosque, faça esta experiência: feche os olhos e inspire fundo. Expire longamente e inspire novamente. Sentirá a diferença entre a pureza do ar daquele imenso cenário em tons de verde, e o ar poluído da cidade onde trabalha.
Não é por acaso que chamamos às florestas e bosques os nossos “pulmões”: é que as árvores, além de produzirem oxigénio, também “limpam” os gases nocivos do ar, como o monóxido de carbono e o dióxido de azoto, funcionando assim como um filtro. Assim, não restam dúvidas que, numa época em que o ambiente está cada vez mais ameaçado, proteger as florestas deve ser prioritário.
A agricultura pode ser responsável pela desflorestação e, deste modo, uma ameaça à biodiversidade. Por isso, importa cada vez mais apostar em boas práticas agrícolas, que evitem a destruição de florestas e que sejam baseadas em princípios de sustentabilidade e previnam a perda de biodiversidade.
Por exemplo, é aconselhável abandonar o uso de pesticidas: apesar da sua comprovada eficácia na aniquilação de agentes nocivos para a atividade agrícola, o seu uso representa a destruição de outros microrganismos e espécies, tornando-se assim uma ameaça à biodiversidade. A solução passa, assim, por optar por alternativas biológicas, menos agressivas para o ambiente e para os seres vivos que dele dependem.
Mas há outras atividades que ameaçam, também, a preservação das florestas. E se já existem marcas sensibilizadas para a importância de optar por fornecedores com atividade baseada em princípios de sustentabilidade e que procuram e assumem compromissos no sentido de proteger as florestas no âmbito da sua cadeia de valor, é também da nossa responsabilidade, enquanto consumidores ter isto em atenção, preferir produtos em que o desperdício seja o mínimo e adotar comportamentos mais sustentáveis, descartando corretamente os resíduos.
Não devemos fazer fogo nas florestas. Para quem não deixa de fumar e opta por continuar a consumir produtos de tabaco, por exemplo, preferir produtos sem combustão como o tabaco aquecido, ou cigarros eletrónicos, em vez dos tradicionais cigarros, é uma opção que ajuda a proteger as florestas.
Como já referido no último Inventário Florestal Nacional (IFN6) do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) os grandes processos de desflorestação em Portugal têm como causa “os severos incêndios rurais de 2017 e de 2018 (Monchique)” e “a dinâmica própria dos ecossistemas florestais”.
Desde o momento em que a semente é lançada à terra até às nossas escolhas enquanto consumidores, todos os gestos importam quando se trata da conservação das florestas e da biodiversidade. Por mais insignificante que possa parecer, os comportamentos e hábitos que adotarmos, ao lado de tantas outras escolhas, vão fazer a diferença para o nosso planeta – e para a floresta onde, ao fim-de-semana, tanto gosta de ir passear e encher os pulmões de ar puro.