Sabia que os incêndios têm impacto nos ecossistemas marinhos?
Quando uma floresta arde, os animais que nela habitam perdem a sua casa, o seu ambiente natural. Nós, humanos, para além de podermos perder vidas, habitações e infraestruturas económicas que dela dependem, perdemos os mil e um benefícios que só um lugar pintado em tons de verde nos oferece: as florestas são os pulmões do mundo, refúgios de calma e tranquilidade ou aventura, importantes para o ser humano não só a nível físico, como a nível mental.
Mas sabemos agora
que os incêndios, além destruírem florestas e espaços naturais,
colocam também em causa a sobrevivência dos ecossistemas marinhos.
Acontece que, após um incêndio, o solo de uma floresta fica repleto
de cinzas de plantas e árvores, compostas por nitrogénio, fósforo
e outros químicos que acabam por ser arrastados pela chuva para os
rios e mares.
Segundo estudos científicos, estes químicos
podem alimentar a propagação excessiva de algas, desequilibrando o
ecossistema marinho. Mais ainda, após um incêndio, a quantidade de
químicos que resta no solo é tão elevada que, chegando à água,
podem consumir grande parte do oxigénio e acabar por asfixiar os
peixes.
Durante um incêndio, parte das cinzas chegam também ao mar pelo vento: sabemos que parte flutua e permanece à superfície, mas outra dissolve-se na água. E há que lembrar que num incêndio, muitas vezes não arde apenas a floresta, mas também outras infraestruturas ligadas à atividade humana, cujas cinzas podem conter amianto, vernizes ou tintas, especialmente tóxicos para as espécies marinhas.
As pontas de cigarros, que, quando deixadas inapagadas no solo das florestas, estão por vezes na origem de incêndios florestais de grandes dimensões, são outros dos despojos que podem ser levados pelas chuvas, que vão de seguida desaguar nos rios e nos oceanos. A par do verdadeiro flagelo ambiental que constitui a questão dos plásticos nos oceanos, embora com uma biodegradabilidade mais rápida e em proporção e níveis de perigosidade no cômputo geral menores, acabam também por contribuir numa pequena quota-parte para prejudicar o equilíbrio dos rios e dos mares e a sobrevivência das espécies marinhas, por via do consumo que estas deles fazem sob a forma dos chamados microplásticos, com prejuízo para a sua saúde e bem-estar e posteriores impactos negativos na própria cadeia alimentar humana.
Deste modo, substituir os cigarros tradicionais por produtos sem combustão, como o tabaco aquecido ou os cigarros eletrónicos, para além destes constituírem melhores alternativas para os fumadores, pode ser uma opção que contribui para ajudar a preservar as florestas e os oceanos, por via não apenas da redução dos riscos de ignição, mas também porque reunem condições mais favoráveis a um descarte adequado em locais apropriados para recolha de lixo comum. Dessa forma, é possível reduzir o risco de incêndio devido a desleixe ou esquecimento de uma ponta de cigarro mal apagada no solo de uma floresta e também evitar a chegada dos filtros aos oceanos.